Pílula Homeopáticas – I

Os homeopatas ao examinarem um cliente interrogam tudo minuciosamente. O interrogatório é tanto mais minucioso e prolixo quanto mais obscuro é o caso.

A propósito, iremos citar uma passagem entre Bismarck e o dr. Schweninger, saudoso homeopata alemão. Bismarck, chanceler de ferro, como era conhecido, homem violento, inspirando um verdadeiro terror, mesmo entre os mais altos dignitários da corte, absoluto e autoritário, a todos tratava com o maior desprezo e império.

Doente, sem colher resultados satisfatórios com a alopatia, resolveu o príncipe Bismarck entregar-se aos cuidados de um homeopata. Foi chamado o dr. Schweninger, então um dos mais notáveis homeopatas na Alemanha.

O dr. Schweninger, semelhantemente ao procedimento seguido por todos os homeopatas, submeteu o príncipe Bismarck ao habitual interrogatório, cuja minúcia analítica é de absoluta e imprescindível necessidade.

A certa altura do interrogatório, porém, Bismarck, com sua autoritária voz, habituada a mandar e a ser obedecido, sem comentários nem protelações disse:
– “Estou cansado de vos responder uma dúzia de ridículas perguntas.”
O dr. Schweninger, suspendendo o interrogatório, imediatamente respondeu ao chanceler de ferro:
– “Se vos desagrada responder a um doutor, deveis chamar um veterinário. Os veterinários nunca interrogam seus clientes.”
A partir deste dia, o dr. Schweninger passou a ser o médico preferido pelo príncipe Bismarck.

Reprodução da primeira “Pílula Homeopática”, propaganda da Liga Homeopática do Rio Grande do Su (LHRS). A coluna era publicada semanalmente no jornal “Diário de Notícias” aos domingos a partir de 5/10/1941, e irradiada às quintas-feiras, às 19h45, pelos microfones da “mais potente” Rádio Farroupilha.

Transcrito por Ben-Hur Dalla Porta em 19/11/2007.